sexta-feira, novembro 26, 2010

limpando a sujeira

Estou bem longe do Rio de Janeiro, mas como quase todo mundo, acompanho curiosa e alarmada a ação do poder público contra os criminosos nas favelas. Ontem, fiquei o tempo todo pensando nos policiais, pedindo a deus que os abençoasse para que fossem bem sucedidos.Pelo jeito finalmente o governo teve coragem de fazer o que devia fazer há tempos: agir com firmeza contra o crime organizado.As facções criminosas foram toleradas por muito tempo, se conchavaram e se armaram, os presídios são tipo um spa, para os líderes do crime.Já passou da hora de dar um basta nisso.
Parece que há uma grande preocupação em não usar de truculência, em atirar o mínimo possível, para que os bandidos, sintam-se acuados e se rendam.
Daqui faço as minhas preces. Espero que desmantelando o crime nas favelas do Rio, os bandidos não espalhem seu sistema por outros Estados.

sábado, novembro 20, 2010

Amor Feinho

Este é o meu poema favorito a muito tempo. As pessoas ouvem uma hist´ria de duas pessoas que se desencontraram,sofreram choraram e finalmente ficaram juntos e dizem:"que amor bonito!" Se é assim eu não quero saber, quero mais um amor feinho.Aquele que decidiu ser e não romantiza mais apenas existe,sólido como uma rocha.Testado no dia a dia mas sem maiores atropelos.Só a rotina feliz.É o tipo de amor que busquei e Graças a Deus vivo com meu marido e que desejo a todos que amo.

AMOR FEINHO
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

Adélia Prado

A Tônica Do Dia

Leitmotiv é um termo que conheci no livro “Amor em minúscula”.
É um termo alemão que significa mais ou menos motivo condutor ou motivo de ligação.
Define mais ou menos quando encontramos ligações entre vários acontecimentos desconexos.Em português usamos no lugar da palavra Leitmotiv, a expressão “tônica do dia”. Estas tônicas são subjetivas.Cada um as percebe do seu jeito, as vezes faz todo sentido para uma pessoa e a outra não tem a mesma percepção.
O leitmotiv de hoje foi “não pegue o que não é seu”.
Fomos ara o Zoológico com as crianças, Felipe passou na banca de um vendedor ambulante e pegou um vidro de bolinhas de sabão.Devolvi o vidro e ele passou horas fazendo birra. Quando já havia esquecido, passou em outro vendedor, eu avisei para não pegar.Ele pegou outro vidrinho e abriu, para me fazer comprar, imagino.Eu não comprei e briguei muito com ele,não sei se com razão pois confesso que algumas vezes quando ele pega coisas sem pagar eu acabo pagandoo,para não me aborrecer com a birra dele. Mas ele já tem quatro anos, eu já tenho que ser firme explicar as coisas, para ele não virar um desses caras babaquinhas que acham que podem tudo porque os pais resolvem. Eu já fui pobre, sei o que é desejar e nunca ter e sei que isso não mata, reforça o caráter e faz a gente lutar pelo que deseja. Para melhorar de vida não só trabalhei muito, dei sorte também, não nego.
Lição dada, fomos ao shopping.Comprei uma chinela, pois a papete dele estava machucando.Troquei a sandália e vi que se não tivesse pagado, poderia ter saído das Americanas sem pagar.Ninguém notou que eu havia colocado a chinela dele no pé.Claro que não fiz isso.Enfrentei a fila, mostrei a sandália no pé dele, paguei e fui embora.O shopping estava muito cheio, fomos almoçar no Carrefour, com a papete na sacola das Americanas.
Aí aconteceu o fato que me fez determinar o Leitmotiv,a tônica do dia: uma daquelas mulheres que vendem panos de prato estava por lá oferecendo seu produto e pedindo dinheiro,com dois filhos com ela. Não sei que horas nem como foi, mas a sacola com a papete do meu filho sumiu. Só pensei que meu marido ia me encher o saco por isso, mesmo a papete machucando. Olhei em volta e vi a sacola dentro da bolsa da mulher do pano de prato. Meti a mão peguei a sacola, tirei a papete de dentro e disse para o meu marido:”achei”.
A mulher ficou muito brava. Danou a falar que não era ladra, que o filho dela tinha achado etc. Eu ignorei.As pessoas ficaram me olhando esperando uma reação que não tive. Nada disse para a mulher, não chamei segurança, não comentei o ocorrido.Só queria que ela parasse de me seguir, que parasse de ficar dizendo que tinha sido o filho.Provavelmente não foi, afinal estava na bolsa dela, mas me lembrei das poucas vezes que fui negligente quando meu filho pegou coisas no mercado sem pagar. Vi que valeu a bronca feia no zoológico e decidi que nunca mais vou deixá-lo fazer isso.
Isso estragou meu dia,fico pensando se agi certo, se devia mesmo ter tomado a pepete ou deixado para lá, ou se devia ter ido até o fim e levado a mulher para a segurança.Aquela papete não valia nada para mim, provavelmente meu filho nunca mais a use, pois estava machucando o pé,mas se eu deixasse estaria reforçando o roubo,mostrando que vale a pena ser desonesto. Com certeza vou doá-la para um menino necessitado.Eu vim escrever isso para ver se entendia meu sentimento, mas fez foi piorar...

quarta-feira, novembro 17, 2010

Coisas que não entendo

Li uma noticia no yahoo com seguinte tema:
Universidade de São Paulo irrita comunidade gay ao se posicionar contra lei anti-homofobia A Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das maiores instituições particulares de ensino em São Paulo, causou a revolta de membros da comunidade gay por causa de um artigo assinado pelo seu chanceler e reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes.


O texto, publicado no site do Mackenzie nesta terça (16) e retirado logo depois, diante da polêmica no Twitter, se mostra contra a aprovação da lei "anti-homofobia" - ou seja, pleiteia o direito de continuar se posicionando contra o homossexualismo.


Não escondo de ninguém que sou a favor da união civil de gays,bem como de se garantir toda a liberdade e respeito a eles. Sou contra qualquer coisa que venha a discriminar um pessoa devido a sua orientação ou preferencia sexual.Não sendo pedófilo,estuprador,psicopata e demais que forçam outros a fazer o que não querem,eu acho que o que se faz na intimidade não é da conta de ninguém.Não julgo político devasso e sim desonesto.
Apesar disso, não entendo porque os gays, e não acredito que são todos, devam se revoltar com os religiosos, bem como uma Universidade Presbiteriana, quando ela se coloca contra o homossexualismo.Isso não vai mudar, as religiões são fundamnetadas em idéias de certo ou errado que não se alteram assim, tão facilmente.Perder tempo tentando mudar o pensar dos outros não faz sentido, é um desrespeito as avessas. Quem luta contra o preconceito não pode atacar a opnião dos religiosos, desde que eles não os estejam prejudicando.Deixe que vivam suas tradições milenares baseadas e diversas interpretações de escritos antigos. Isso é assim a muito tempo e funciona para trazer felicidade a muita gente.
O mundo é grande e cabe todo mundo. Que os religiosos mantenham seus dogmas.É um direito deles.
Que os homossexuais expressem livremente sua orientação.Isso também deve ser um direito.
De mim, só quero aproveitar esse sol quente e essa brisa fresca e a companhia de gente interessante que não se interessa em mudar ninguém.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Anjo Safado

As vezes dano a pensar nas besteiras que fiz, nas coisas que deram errado e me sinto mal.
A pouco tempo descobri um jeito de não ficar remoendo as besteiras que fiz. Começo a pensar na música Até o Fim, do Chico Buarque:

Quando nasci veio um anjo Safado

O chato de um querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída minha estrada entortou,
Mas vou ate o fim,
Inda garoto deixei de ir à escola,
Caçaram meu boletim
Não sou ladrão eu não sou bom de bola,
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou,
Mas vou até o fim.
Eu bem que tenho enssaiado,
Progresso virei cantor de festim,
Mamãe contou que eu faço muito sucesso
Em  Quixeramobim,
Não sei como o maracatu começou,
Mas vou ate o fim.
Por conta de umas questões paralelas,
Quebraram meu Bandolim,
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chifrim,
Criei barriga minha mula empacou,
Mas vou até o fim,
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim,
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que sera de mim?
Eu já nem lembro pronde mesmo que vou,
mas vou ate o fim.
Como já disse era um anjo safado,
O chato de um querubim que decretou
que eu tava predestinado a ser todo ruim,
Já de saída minha estrada entortou,
Mas vou até o fim.



Acho que é mais ou menos assim: ela me faz encarar que os erros foram fatalidades que eu não podia impedir, porque estavam fora do meu controle ou porque eu não tinha experiencia ou traquejo social na época (ainda não tenho). Ao mesmo tempo em que aceito a fatalidade não me imobilizo, como a música diz, "Eu vou até o fim".
O que sei é que ajuda.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Pequenos Prazeres

Acordei preocupada.A filhota havia se queixado de dor de ouvido e ao entrar no seu quarto vi que era sério.Fiquei pensando no que aconteceria se faltasse o trabalho e aí me perguntei: qual é a minha prioridade? O que o pessoal do trabalho vai pensar de mim ou a saúde da minha filha? A decisão foi clara.levei-a ao médico e enquanto esperava vi-a piorar.Febre,calafrios, dores no corpo todo. Diagnostico da médica; infecção. Receitou antibiótico,dipirona,salsep. Voltei p casa cansada e preocupada. Ela dormiu a manhã e a tarde toda, só comeu meio ovo cozido e uma colher de doce de leite.è difícil cuidar da filha que só quer dormir, junto com o filho que quer correr,pular,passear.Como convence-lo que é dia de recolhimento, quando um sol tão lindo brilha lá fora?


Acabei exausta.Mas o fim de tarde após o banho e a rápida melhora da febre da filhota,me oferecia um novo presente. Era um pedaço de torta de sardinha que coloquei muito molho de pimenta. Fiquei com a língua ardida. Coloquei um pedaço de chocolate na boca enquanto coava o café e o pão assava. Isso me deu muito prazer. O efeito macio e lenitivo do chocolate com a pimenta, o cheiro aconchegante do café e do pão sendo assado e o relaxante prazer proporcionado pelo vinho antes tomado com caldinho de feijão.

Os italianos estão certos.O paladar pode proporcionar prazeres que justificam a existência!

Com isso, o cansaço do dia sumiu, o por do sol ficou mais bonito e me senti melhor.

domingo, novembro 07, 2010

mulher de Salvador Dali

Devia ser legal ser amante do Dali.Ficar ali a toa, sem compromisso com o tempo, com arrumações com nada.Ficar ali entre sessões de sexo,posando para mais um quadro sem se importar com mais nada.


O lance era aproveitar aquele período como férias preguiçosas, sabendo-se incapaz de completá-lo,apenas se deixando enternecer.

Um quarto, o luxo despojado, o descompromisso em estar vestida, em arrumar qualquer coisa em se incomodar com a coerência... o que eu suponho ser um bom sexo com um homem experiente, talentoso e apaixonado.Existiria a certeza de que não seria para sempre e o sinal seria evidente: na hora em que ele começasse a me retratar com quatro olhos e toda torta era hora de partir, cheia de memórias inesquecíveis!

sexta-feira, novembro 05, 2010

In Vino Veritas

Não sou uma conhecedora de vinhos, mas sou uma grande conhecedora do meu paladar.Sei do que gosto e como sou simples, meu gosto acaba sendo parecido com o de muita gente (sincera).
 Não saio muito, minha degustação acontece aqui em casa mesmo. Não acho que a gente deve se prender a moda. Antes, todo mundo embotava os dentes com o tal vinho “alemão” da garrafa azul, que eu nunca gostei. Houve também o tempo dos chilenos.Ninguém queria experimentar nada que não fosse proveniente de uma uva do Chile...Agora a moda é o Lambrusco e demais frizantes.Até que são bonzinhos,mas não se deve ficar só neles, quando a vida é tão curta e tem tanta coisa boa para se apreciar.


Utimamente, tenho experimentado vinhos portugueses e estou encantada. É engraçado que não sejam tão famosos.. A “Santa Terrinha” produz queijos e vinhos de qualidade a um bom preço. Minha última paixão o marido recebeu de brinde no trabalho. Trata-se do vinho tinto Anta da Serra.



É um vinho Português, seco,mas nada adstringente ou amargo. Mesmo quem tem reservas a vinhos secos vai apreciá-lo.

Estou apaixonada por este vinho. Ele tem um sabor “honesto”, perfumado, nada de doce, mas ao mesmo tempo tão fácil de beber! Li um comentário que o definiu como “vinho de combate”.Acho que pelo fato de ser tão revigorante ou...sei lá! O que sinto quando o bebo tem a ver com sinceridade e força.

Um jeito delicioso de saboreá-lo:

Pegue um filé mignon e passe sal grosso.Leve ao forno quente com muitos dentes de alho com casca. É rústico mesmo, sem nada de óleo,ou outros temperos.Apenas o sal grosso e alho com casca. Fica macio, suculento, meio defumado.

Aí é só abrir o Anta da Serra, amassar o alho assado encima de um pedaço da carne e se deliciar. Pão torrado também acompanha.Nada mais simples, nada mais precioso!

Pode parecer impróprio, mas este vinho também fica divino acompanhando um caldinho de feijão!

quarta-feira, novembro 03, 2010

Coisas que só a gente entende

Ontem eu ele admirávamos o entardecer na varanda do quarto.


Àrvores verdes,depois das chuvas que deram fim a um longo período de seca.

- É incrível como a paisagem mudou.Parece que estamos em outro lugar,em outro país...

E estamos mesmo em outro lugar, a posição do planeta mudou.

Ele tem razão.