segunda-feira, novembro 15, 2010

Anjo Safado

As vezes dano a pensar nas besteiras que fiz, nas coisas que deram errado e me sinto mal.
A pouco tempo descobri um jeito de não ficar remoendo as besteiras que fiz. Começo a pensar na música Até o Fim, do Chico Buarque:

Quando nasci veio um anjo Safado

O chato de um querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída minha estrada entortou,
Mas vou ate o fim,
Inda garoto deixei de ir à escola,
Caçaram meu boletim
Não sou ladrão eu não sou bom de bola,
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou,
Mas vou até o fim.
Eu bem que tenho enssaiado,
Progresso virei cantor de festim,
Mamãe contou que eu faço muito sucesso
Em  Quixeramobim,
Não sei como o maracatu começou,
Mas vou ate o fim.
Por conta de umas questões paralelas,
Quebraram meu Bandolim,
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chifrim,
Criei barriga minha mula empacou,
Mas vou até o fim,
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim,
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que sera de mim?
Eu já nem lembro pronde mesmo que vou,
mas vou ate o fim.
Como já disse era um anjo safado,
O chato de um querubim que decretou
que eu tava predestinado a ser todo ruim,
Já de saída minha estrada entortou,
Mas vou até o fim.



Acho que é mais ou menos assim: ela me faz encarar que os erros foram fatalidades que eu não podia impedir, porque estavam fora do meu controle ou porque eu não tinha experiencia ou traquejo social na época (ainda não tenho). Ao mesmo tempo em que aceito a fatalidade não me imobilizo, como a música diz, "Eu vou até o fim".
O que sei é que ajuda.

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