Era meia noite e fazia calor em Paris.Ela colocou jeans e tenis e desceu do seu quarto de hotel para tomar um pastis. Distraída, se assustou ao ver um homem que lhe falava misturando francês e espanhol. Não o achou nem bonito nem feio,nem velho e nem moço.Aceitou a cantada mas não levou adiante.Tomou sua bebida e voltou para o quarto.
Ao ouvir alguém bater a porta, imaginou ser o concierge, mas não, era o homem do bar que lhe disse que como ambos estavam sozinhos, não havia razão para não passarem a noite juntos.
Ela bateu a porta indignada (mas não o bastante para esquecer que ele havia lhe dito o número do seu quarto).
Pensou em tudo o que vivera e principalmente em tudo que ele disse e esqueceu tudo que aprendera sobre o sexo estar indissoluvelmente ligado ao amor. Criou coragem e foi correndo ao encontro do desconhecido, sua única precaução foi trocar o tênis por um salto alto...
E aconteceu o que tinha que acontecer. Sem preâmbulos, sem diálogos ou promessas desnecessárias. Apenas libertação!
Quando isso aconteceu, ela já tinha 64 anos...
Eu poderia falar muito mais sobre o livro Quase Tudo, de Danuza Leão mas preferi contar apenas este trecho. Achei-o sublime, não pelo fato dela ainda ser sedutora (e seduzida) depois dos sessenta, mas porque este é o ápice da reinvenção de uma mulher que de verdade, viveu Quase Tudo.
Leitura mais que recomendada. Obrigatória!
Este ano ando lendo muito sobre o amadurecer e a plenitude feminina.
Já encomendei O evangelho de Coco Chanel- Lições de vida da mulher mais elegante do mundo
e também Dois batons e um amante, os segredos da mulher francesa
Acho difícil, mas vamos ver se esses estrangeiros conseguem me provocar o encantamento que os livros da Danuza me provocam.